Sinto uma leveza, não
vejo nada, corpo relaxando, não vejo imagem, sinto corpo bem disperso.
Estou voando solto no
espaço, sensação de flutuar no vazio, escuro, lugar amplo.
Ninguém perto, me sinto
leve, fico pra lá e pra cá flutuando.
Tento pedir ajuda,
mas ninguém me ouve, estou esquecido.
Fico procurando uma
saída, um lugar pra luz mas não encontro.
Tenho vontade de sair
desse lugar, é como se eu tivesse preso.
Estou atordoado,
querendo sair, mas não encontro saída.
Tenho vontade de
gritar, mas parece que não tem ninguém por perto.
Sinto meu corpo se
dissolvendo ou parte dele, estou na água.
Escuto meu pai
falando comigo: “vem filho!”
Estou dentro de uma
barriga, mas não entendo bem o que está acontecendo.
Uma certa ansiedade, estou
grande dentro da barriga da mamãe.
Estou tenso! Minha
mãe está gritando!
Não sei porque ela
está gritando, fico confuso, não sei se sou o bebê ou a mulher!
Estou morto, mamãe paralisada
com a mão na barriga. Grita desesperada e começa a andar de um lado para o
outro.
Um médico tenta
acalmar, fala que o bebê está morto na barriga.
Eu sou o bebê ali
inerte na barriga!
Mamãe inconsolável,
revoltada, não aceita.
Papai parece tenso,
está sofrendo e muito preocupado em consolar mamãe.
Eu ouço: “Tira isso
daqui! Tira esse bebê de mim!”
O bebê tem expressão
serena e sem vida, papai diz que vai levá-la ao hospital, ela não quer ir, está
histérica.
- “O que eu fiz? O
que eu fiz?” – grita mamãe – A culpa é sua, bate e chuta. Tem outra criança pequena
chorando, vendo os pais brigarem. Papai manda ela sair, mamãe chora e grita
“Tira isso daqui!”. Sinto essa rejeição e choro.
Mamãe parece mais
calma, está sozinha – “O que vou fazer agora?”
Não aceita ajuda de
ninguém – “Eu não queria que isso tivesse acontecido!”
Vejo mamãe no meu enterro
chorando.
O caixão é pequeno, branco
e com uma cruz em cima. Está muito frio, o lugar é solitário.
Mamãe se agarra no
caixão – “Meu filho, meu filho!”, eu choro.
O caixão é sepultado,
jogam terra, mamãe grita, papai apoia.
Mamãe está fraca,
muito fraca. As pessoas se despedem dela, mas ela continua ali.
O bebê fala: “É assim
mesmo mamãe, eu cumpri o meu papel e você não precisa chorar mais.”
Mamãe está revoltada
e pergunta “Porque você fez isso comigo? Porque?”
O espírito do bebê fica
em cima da cama como se fosse um anjo.
Durante
a regressão, sinto minhas pernas paralisarem, uma dor nas pernas, como se
tivesse imóvel.
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