terça-feira, 28 de novembro de 2017

MORTE NEONATAL – REGRESSÃO TERAPÊUTICA (PARTE I) NÃO QUERO NASCER


Sinto uma leveza, não vejo nada, corpo relaxando, não vejo imagem, sinto corpo bem disperso.
Estou voando solto no espaço, sensação de flutuar no vazio, escuro, lugar amplo.
Ninguém perto, me sinto leve, fico pra lá e pra cá flutuando.
Tento pedir ajuda, mas ninguém me ouve, estou esquecido.
Fico procurando uma saída, um lugar pra luz mas não encontro.
Tenho vontade de sair desse lugar, é como se eu tivesse preso.
Estou atordoado, querendo sair, mas não encontro saída.
Tenho vontade de gritar, mas parece que não tem ninguém por perto.
Sinto meu corpo se dissolvendo ou parte dele, estou na água.
Escuto meu pai falando comigo: “vem filho!”
Estou dentro de uma barriga, mas não entendo bem o que está acontecendo.
Uma certa ansiedade, estou grande dentro da barriga da mamãe.
Estou tenso! Minha mãe está gritando!
Não sei porque ela está gritando, fico confuso, não sei se sou o bebê ou a mulher!
Estou morto, mamãe paralisada com a mão na barriga. Grita desesperada e começa a andar de um lado para o outro.
Um médico tenta acalmar, fala que o bebê está morto na barriga.
Eu sou o bebê ali inerte na barriga!
Mamãe inconsolável, revoltada, não aceita.
Papai parece tenso, está sofrendo e muito preocupado em consolar mamãe.
Eu ouço: “Tira isso daqui! Tira esse bebê de mim!”
O bebê tem expressão serena e sem vida, papai diz que vai levá-la ao hospital, ela não quer ir, está histérica.
- “O que eu fiz? O que eu fiz?” – grita mamãe – A culpa é sua, bate e chuta. Tem outra criança pequena chorando, vendo os pais brigarem. Papai manda ela sair, mamãe chora e grita
“Tira isso daqui!”.  Sinto essa rejeição e choro.
Mamãe parece mais calma, está sozinha – “O que vou fazer agora?”
Não aceita ajuda de ninguém – “Eu não queria que isso tivesse acontecido!”
Vejo mamãe no meu enterro chorando.
O caixão é pequeno, branco e com uma cruz em cima. Está muito frio, o lugar é solitário.
Mamãe se agarra no caixão – “Meu filho, meu filho!”, eu choro.
O caixão é sepultado, jogam terra, mamãe grita, papai apoia.
Mamãe está fraca, muito fraca. As pessoas se despedem dela, mas ela continua ali.
O bebê fala: “É assim mesmo mamãe, eu cumpri o meu papel e você não precisa chorar mais.”
Mamãe está revoltada e pergunta “Porque você fez isso comigo? Porque?”
O espírito do bebê fica em cima da cama como se fosse um anjo.
Durante a regressão, sinto minhas pernas paralisarem, uma dor nas pernas, como se tivesse imóvel.

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