sábado, 11 de novembro de 2017

CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL - REGRESSÃO TERAPÊUTICA

Um aperto no coração e tudo escuro, preto. 
Olhos num rosto largo de menina, dentes largos e separados. 
Um sorriso delirante com olhos pro alto. Não ouvia nada, não via ninguém. Estou nesse corpo de menina, talvez uns 4 anos. Vejo duas bolas de luz num buraco, vejo pessoas ao meu redor. Não sinto corpo nessa vida, só olhos e esse sorriso congelado no rosto. Sem pensamentos, mente vazia, completamente vazia, escura. 
Duas pessoas à minha frente falam comigo, mas não entendo, não são parentes minhas, apenas cuidadoras. Me mostram coisas e falam comigo, não identifico os objetos. Cabeça vazia, só vejo a cor negra, não tenho pensamentos, apenas um olhar curioso vendo as coisas. Não tenho sensação alguma no corpo, só olho. 
Meu racional tenta organizar o que estou vivendo na regressão sem sucesso. Cheguei a pensar que as cuidadoras me mantinham hipnotizada, dentro do negro, como se fosse magia. 
Tudo escuro, dois buracos, os olhos, e a luz vendo duas mulheres que cuidavam de mim. Eu sou essa garota de rosto largo, dentes grandes e espaçados, com sorriso congelado. Nasci com paralisia cerebral. Meu Deus!!! 
Meu corpo dói, meus ossos estão congelados, sinto frio continuamente, doem as articulações, minhas costas doem muito. É uma vida vegetativa. Sou cuidada por pessoas que não identifico, mas sinto que são da minha atual família. 
Vivi até uns 8 anos mais ou menos. 
Me vejo no caixão, num velório e eu não consigo me mexer. Tento me mexer com muita dificuldade, meus ossos doem muito, são congelados, reflexo da paralisia de muitos anos. De repente vejo a cena de cima, e sinto muita dor do corpo morto no caixão. Não entendo como fui parar naquele lugar, a mente está muito confusa, cinza. Estou viva e morta. Foi uma vida assim, morta e viva. 

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